O consumo de carne bovina pelos brasileiros deve cair ao menor nível em 26 anos, segundo estimativa divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na última segunda-feira, 1º de agosto. A disponibilidade do produto em 2022 deve atingir 24,8 kg por pessoa, menor proporção da série histórica, iniciada pelo órgão em 1996.
No período pré-pandemia, em 2019, a disponibilidade de carne
bovina era de 30,6 kg por pessoa no País. O ano de 2006 registrou a maior
proporção do produto, com 42,8 kg de carne bovina por habitante. A
disponibilidade de carne por pessoa é obtida por meio de cálculo que soma os
números de produção nacional e importação e subtrai o volume exportado.
Segundo a Conab, a produção de carne bovina tende a manter o
comportamento de redução na oferta, porque a demanda no mercado interno está
desaquecida.
Embora o cenário seja influenciado por inúmeros fatores, a
queda na disponibilidade do produto ocorre em meio à crise causada pela
pandemia de covid-19, com alta de preços e perda do poder de compra da
população.
O 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no
Contexto da Pandemia de Covid-19, divulgado no último mês de junho, apontou que
a fome no Brasil voltou a patamares registrados nos anos 1990, com 33,1 milhões
de pessoas sem ter o que comer no País e mais da metade da população brasileira
(58,7%) convivendo com algum grau de insegurança alimentar.
A estimativa para a produção total de carne no País em 2022,
incluindo aves, suínos e bovinos, é de cerca de 28 milhões de toneladas. A
produção de aves deve se manter próxima a 15 milhões de toneladas.
Já na produção de suínos, é esperada a maior produção para a série histórica, estimada em 4,84 milhões de toneladas, cenário que contribui para maior disponibilidade no mercado brasileiro e implica em maior oferta e pressão de baixa para os preços do produto, aponta a Conab. A produção de carne bovina, estimada em 8,115 milhões de toneladas, é o menor número em 20 anos.
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