Depois de deixar o Palácio do Planalto, o presidente Jair
Bolsonaro vai assumir, em janeiro próximo, o cargo de presidente de honra do
PL. O partido vai se posicionar na semana que vem de forma contundente como
oposição ao governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O cargo no PL já existe e foi criado pelo presidente da legenda, ex-deputado Valdemar Costa Neto, para José Alencar, que foi vice-presidente nos primeiros mandatos de Lula, após ele deixar o governo.
Quando deixar a Presidência da República, Bolsonaro terá direito
a cerca de R$ 40 mil com aposentadorias do Exército e da Câmara. O salário do
PL está sendo discutido ainda e será somado a esse valor. Também não foi
definida a origem do recurso – se será do Fundo Partidário ou de doações para a
sigla.
Legado
O partido quer manter Bolsonaro ativo em Brasília para
preservar o eleitor conservador de direita e o “legado” de 58 milhões de votos
conquistados no segundo turno da eleição. O presidente vai integrar uma
executiva partidária com 21 membros.
No comando do PL desde 2001, Valdemar Costa Neto seguirá como
presidente do partido. O anúncio sobre o futuro de Bolsonaro e da sigla deverá
ser feito pelo dirigente durante uma entrevista coletiva em Brasília na próxima
terça-feira. Será a primeira entrevista do cacique do PL – que foi condenado e
preso no escândalo do mensalão – em dez anos.
Diante da aproximação de líderes do Centrão de Lula, o PL
decidiu anunciar oficialmente sua posição para afastar os rumores de que
poderia dar uma guinada governista com a nova gestão do PT.
Casas
Com a decisão do PL de se posicionar na oposição ao governo
federal, o partido pode ficar isolado no Congresso, mas ainda assim terá papel
decisivo na disputa pela presidência das Casas
O partido de Bolsonaro sinalizou ao PP que aceita fazer um
acordo para apoiar a recondução de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da
Câmara, desde que o PP apoie o PL na presidência do Senado contra Rodrigo
Pacheco (PSD-MG).
O partido de Bolsonaro conquistou a maior bancada da Câmara
dos Deputados neste ano, com crescimento dos 76 deputados atuais para 99 na
próxima legislatura. Em segundo lugar está a federação PT-PCdoB-PV, com 80
deputados eleitos (PT com 68, PCdoB com 6 e PV com 6).
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